Dica de bloco cerâmicos estrutural
Você já definiu o programa de cômodos da casa e se ela será térrea ou sobrado. Então, é hora de decidir qual o método construtivo a ser utilizado para que o
arquiteto possa dar andamento ao desenvolvimento do projeto arquitetônico. A alvenaria estrutural hoje é muito
utilizada em obras residenciais e comerciais, diferente da alvenaria que utilizam o tijolo cerâmico vedação o seu sitema construtivo as paredes são “autoportantes”, ou seja, são capazes de suportar o peso da obra sem a necessidade de vigas e pilares.
A escolha da alvenaria com bloco cerâmico estrutural deve ser feita ainda na fase de desenvolvimento, pois influenciará nos projetos arquitetônico, estrutural e de instalações hidráulicas e elétricas, com a utilização desse método construtivo, é possível desenvolver um sistema racionalizado de construção, por meio de uma perfeita modulação das paredes de acordo com as medidas dos blocos.
Ao eliminar a estrutura de concreto armado, pode-se reduzir etapas da obra, pois não são usadas formas de madeira, o aço é utilizado em menor escala e a execução das instalações é realizada junto com a alvenaria. Com isso, as fases são reduzidas e a construção se torna mais rápida e barata”.
Ao escolher a alvenaria estrutural, estima-se uma economia de tempo em torno de 30 a 40%, sendo que o sistema custa em média 25% menos que as construções convencionais de concreto armado, além do consumo menor de materiais de construção e mão-de-obra, o sistema ainda proporciona maior resistência e conforto térmico das paredes.
A alvenaria com bloco cerâmico estrutural ainda apresenta como vantagens a possibilidade de utilizar materiais de menor espessura devido à precisão dimensional dos blocos e ainda gera menos entulho. Por ser um sistema modular, não são feitos cortes de blocos.
Porém, o sistema apresenta como desvantagem a limitação nos vãos das paredes e as restrições em caso de reformas. Como as paredes são estruturais, não podem ser eliminadas, se aconselha que no projeto arquitetônico sejam previstas algumas paredes como vedação, que poderão ser demolidas, as modificações das instalações hidráulicas e elétricas também são restritas, pois os blocos não podem ser ’rasgados’ para embutir novas tubulações. São reconhecidas hoje no meio técnico as vantagens da alvenaria estrutural, tecnologia utilizada há cerca de 20 anos no país.
A racionalização, eliminação de etapas do sistema convencional e grande velocidade de execução constituem fatores inegáveis de economia que não podem ser desprezados.
Dentre os materiais disponíveis no mercado, os blocos cerâmicos para alvenaria estrutural têm demonstrado ótimo desempenho na construção dos mais variados tipos de obras, aliando alta produtividade de execução, custos compatíveis e bom desempenho termoacústico.
Assim como os outros métodos construtivos, a alvenaria estrutural requer alguns cuidados: mão-de-obra especializada e projeto estrutural bem planejado, no qual serão especificados o tipo e a resistência dos blocos e o posicionamento das armaduras.
A escolha pelo tipo de bloco cerâmico estrutural, é muito importante para a modulação do projeto e das cargas a serem colocadas sob a fundação e nos pavimentos acima do térreo, esse sistema construtivo descarrega na fundação cargas distribuídas, proporcionando a opção por fundação direta com sapatas corridas, que devem ser dimensionadas de acordo com o tipo de solo. Em qualquer ponto da fundação, as cargas distribuídas são bem menores que as concentradas e descarregadas por colunas. Com isso, é dispensável a utilização de fundações profundas.
Já os blocos cerâmicos possuem parâmetros diferentes como o peso e a uniformidade dimensional, que podem influenciar nas cargas do projeto. Em média, uma parede com blocos cerâmicos estruturais, com largura de 14 cm e sem revestimento, pesa 120 kg/m², enquanto uma com blocos de concreto estrutural com as mesmas características pesa em torno de 175 kg/m².
Na alvenaria estrutural, a execução da paredes deve ser iniciada pelos cantos principais ou pelas ligações com quaisquer outros componentes e elementos da edificação.Nesta etapa deve ser utilizado o escantilhão (tripé metálico que faz o alinhamento perfeito das paredes) como guia das juntas horizontais e da verticalidade das paredes. Após o levantamento dos cantos, adota-se como guia uma linha esticada entre os mesmos, fiada por fiada, para que o prumo e a horizontalidade fiquem garantidos. Além disso, os blocos nas paredes estruturais devem ter as juntas em amarração.
BLOCOS CERÂMICOS OU DE CONCRETO?
Ambos apresentam valores de resistência à compressão e peso muito diferentes. Esse fator pode alterar todo o cálculo estrutural do projeto.
Os blocos cerâmicos estruturais apresentam um desempenho superior em conforto térmico e acústico e não possuem problemas de retração na secagem. Porém, os blocos de concreto estrutural conseguem chegar a altas resistências, que podem variar entre 15 e 20 Mpa.
Os blocos cerâmicos estruturais chegam a pesar cerca de 40% menos que os de concreto, o que pode representar alívio de carga na fundação e maior produtividade na mão-de-obra, deixando a construção ainda mais barata.
Os blocos cerâmicos ainda possuem um acabamento superficial homogêneo e oferecem maior opção de modulação, enquanto os de concreto, por serem mais resistentes, permitem construções em alvenaria estrutural com um número maior de pavimentos.
Argamassa de assentamento desempenha diversas funções na alvenaria estrutural, dentre as quais destacam-se:
a) Solidarização dos blocos;
b) Absorção dos esforços originados pela movimentação da estrutura;
c) Distribuição uniforme dos esforços nas paredes, impedindo a transmissão de cargas concentradas originadas pelas variações dimensionais dos blocos;
d) Acomodação das armaduras horizontais. Veja no quadro abaixo os traços usuais de argamassas. Observe que os valores fornecidos são indicativos e não substituem os ensaios e recomendações do projeto.
Notas:
1) Paredes de vedação;
2) Casas térreas de vãos moderados (3m a 4m);
3) Sobrados de vãos moderados;
4) Prédios de 4 pavimentos de vãos moderados.
Concreto Graute
O graute é um microconcreto que serve para preencher as cavidades dos blocos, onde são acomodadas as armaduras verticais e as amarrações das paredes através de grampos. Serve também para suprir as deficiências locais da argamassa de assentamento ou dos blocos. Também neste caso os valores constantes da tabela abaixo são indicativos e não substituem os ensaios e recomendações de projeto.
Assentamento
A colocação da argamassa nos blocos pode ser feita de duas maneiras:
*Ferramentas utilizadas: bisnaga, colher meia cana ou a tradicional colher de pedreiro.
Nos extremos das paredes podem ser assentadas várias fiadas para facilitar a colocação das linhas. Os blocos dos cantos deverão ser assentados com o auxilio do escantilhão e régua técnica de prumo e nível.
Tratando-se de alvenaria aparente, recomenda-se que o frisamento seja executado antes do endurecimento total da argamassa de assentamento.
A limpeza pode ser efetuada após o frisamento utilizando-se pano grosso ou esponja seca, evitando-se com isso produzir manchas (esbranquiçamentos) sobre os blocos. Permanecendo restos de argamassa endurecida que venham a formar crostas sobre a alvenaria, recomenda-se a utilização de escova de aço com cerdas finas.
Colocação das armaduras e graute
Quando o projeto estrutural prevê a utilização de enrijecedores verticais (pontos e graute), a colocação das armaduras deve ser precedida da limpeza das rebarbas de argamassa dos furos e aberturas das espias na base das paredes, para controle da chegada do graute até o fundo do furo.
O lançamento do graute, efetuado após a limpeza do furo, deve ser feito no mínimo após 24 horas do assentamento dos blocos. A altura máxima de lançamento é de 3m. Recomenda-se, no entanto, lançamentos de alturas não superiores a 1,40 m com graute auto-adensável.
Amarração das paredes
Pode ser de tres tipos: direta, com ferros em formato “L” e com ferros em gancho.
Amarração direta
Executada através do entrelaçamento dos blocos, este tipo de amarração só é possível em blocos cuja espessura tenha o valor da metade do comprimento utilizado na modulação. Exemplos: blocos da linha 15x20x30, linha 20x20x40.
Obs.: Nas alvenarias com ferragem vertical, este tipo de amarração proporciona economia de graute, ferragem vertical e grampos.
Amarração com ferros em “L“ ou com ganchos
É usada quando o bloco a ser utilizado não permite amarração direta. Os ferros utilizados são do tipo CA-50 e bitola de 5 mm; essas amarrações deverão ser feitas alternadamente a cada duas fiadas, entre as juntas.
Amarração em “L“
Vergas e contravergas
Nas aberturas de portas são colocadas vergas, e nas janelas, vergas e contravergas (recomenda-se apoio lateral maior ou igual a 40 cm).
Cintas de amarração (apoio de lajes)
São utilizadas em toda extensão das paredes estruturais. Nos casos de lajes pré – fabricadas ou lajes painel, recomenda-se enrijecer as canaletas com concreto até a altura das mesmas, garantindo a solidarização com a parte superior através de estribos ou arranques.
Tubulações embutidas
Recomenda-se não realizar cortes horizontais e transversais. Para as instalações elétricas deve-se utilizar o próprio furo dos blocos.
Fixação de parafusos
A sustentação de diferentes esforços pontuais de tração aplicados à alvenaria pode ser resolvida pela fixação de buchas de nylon e químicas.
Juntas de dilatação
Devem ser constituídas e verticais para possibilitar movimentos relativos, proporcionando completa separação entre dois blocos. Devem ser previstas onde se conhece a máxima variação de temperatura ou a máxima expansão devido à umidade.
Revestimentos
A absorção superficial dos blocos cerâmicos resulta em ótima aderência aos mais diversos tipos de revestimentos existentes no mercado, alem da possibilidade de deixar a alvenaria aparente, com simples tratamento superficial. Dentre algumas opções de revestimentos, destacam-se:
Normas Técnicas
A ABNT dispõe das seguintes normas sobre o uso de bloos cerâmicos em alvenaria.
NBR 15270-1/05 - Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação - Terminologia e requisitos.
NBR 15270-2/05 - Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia e requisitos.
NBR 15270-3/05 - Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação e estrutural - Métodos de ensaio.
*OBS: A NBR 15270 cancela e substitui as NBR 7171/92, 8042/92, 8043/83 e 6461/83.
Ferramenta de Competitividade-
O perfil do mercado, cada vez mais exigente por qualidade e novas tecnologias, força o setor a organizar-se para enfrentar a concorrência cada vez mais competitiva.
O PSQ como ferramenta para a qualidade, auxilia as empresas a enquadrarem blocos e telhas cerâmicos e processos de acordo com mudanças competitivas e tem papel
importante para que as empresas tornem-se referência e fomentem a qualidade, contribuindo direta e indiretamente para elevar a imagem do setor e dos blocos e telhas
cerâmicos, reduzir perdas no processo produtivo com maior sistematização da produção, aumentar produtividade, conquistar e manter mercado, valorizar e divulgar as
empresas que fabricam produtos conforme as normas, atender exigências (Caixa, Inmetro, construtoras, revendas, consumidores diretos etc), desenvolver estratégias de
marketing, agregar valor ao produto, trabalhar a melhoria contínua da qualidade, ser apontado como opção qualificada de compra e combater a não conformidade
intencional nas revendas com ações específicas e dirigidas.
Confira neste vídeo abaixo desenvolvido e disponibilizado pela ANICER- Associação Nacional da Indústria Cerâmica em parceria com o SEBRAE os procedimentos de execução
de alvenaria estrutural com os blocos cerâmicos estrutural, desde as ferramentas necessárias para e equipamentos de segurança para a execução da alvenaria,
armazenamento dos blocos e muito mais.